domingo, 25 de julho de 2010

XII

Após 6 meses de curso, hoje será o grande dia de Iso, ele irá saltar
de asa delta sozinho pela primeira vez. Coloca seu macacão amarelo
marcatexto, checa todos os seus equipamentos de segurança, se prende à
asa delta e checa o equipamento mais uma vez, a gota de suor em sua
testa não esconde a sua ansiedade e a gota de suor na ponta de seu
nariz mostra o medo do primeiro voo, justificado obviamente por ser o
primeiro salto dele sozinho. Iso se ajeita na pista de salto, enquanto
isso ele pensa nas outras 20 vezes que pulou acompanhado, sabia de
olhos fechados onde pousar, isso lhe deixava mais seguro. Iso respira
fundo e começa a correr, a cada passada seu sorriso fica mais
evidente, no último passo ele usa mais força para um melhor salto. O
vento em seu rosto, as pessoas eram inferiores, a sensação de
superioridade, de liberdade era indefinível e aquele horizonte, Iso
admirava o céu azul, a água do mar escura por conta da poluição, porém
as ondas davam o charme ao mar, até que ao olhar para o sol, Iso não
sente aquele incômodo que até da vontade de espirrar, ao continuar
olhando para o Sol percebe que ele está se apagando e rapidamente tudo
a sua volta perde a cor, perde o brilho, a escuridão o cobre como o
Pinguin Rei macho proteje a sua cria. Iso perde o controle de sua asa
delta, que começa a cair rapidamente até que bate em fios de alta
tensão, Iso grita, os 10.000 volts ali estão, o cheiro da carne
queimando ali também se encontra, mas onde estavam as faiscas, onde
estava a chama de cor verde causada pelo material especial do qual a
roupa de Iso é feita?

Iso sabia onde pousar de olhos fechados, mas ele estava de olhos
abertos quando tudo aconteceu.

por getúlio ribeiro

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