sexta-feira, 23 de julho de 2010

IV

quando a luz do mundo acabou, ela havia batido o dedão do pé no rodapé da sala.
e a dor foi tão intensa que ela fechara os olhos. e de dentro de seus olhos, multicores piscavam como luzes de Natal.
contorceu-se. a dor atingia a ponta do estômago, como se enroscasse e agulhasse em etapas. a dor, o corpo e as cores: choques enviados pelo cérebro.
com os olhos abertos, achou ter visto uma unha arroxeada. era um truque da mente, pois a luz há um tempo se fora e ela estava ali, latejando como se trouxesse o peso do mundo sobre um único corpo. o seu.

por hanny saraiva

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