quarta-feira, 4 de agosto de 2010

XLII

Patrick, Emanuel e Nadir deixam a sala de exposição interativa de sofás e entram na sala de instalações sonoras onde escutam:

- E agora vai saindo, saindo e líquido, saindo e gargalhante, saindo travisseirístico e peludo. E vira, vira na igreja, vira na caixinha de fósforos, vira na virilha, vira na intenção, vira a noite, vira de costas. Agora está parada, parada de metrô, parada de grafar braille, parada de atropelamento, parada de catalepsia, parada gay. Enfim morre, no dinheiro, de paixão, morre na primeira marcha, morre o assunto, morre de vontade. E tudo sobe, vai subindo e se espalhando, fofocas em prédios, flatos, fogos, fim de tempestade, pipoca, petróleo no fundo do mar, homem-bomba.


Continuam calados e seguem para outra sala do museu.

por henrique de sá

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