segunda-feira, 30 de agosto de 2010
LXXVIII
domingo, 29 de agosto de 2010
LXXVII
quinta-feira, 26 de agosto de 2010
LXXVI
por anderson barnabé
LXXV
quarta-feira, 25 de agosto de 2010
LXXIII
LXXII
LXXI
segunda-feira, 23 de agosto de 2010
Um mês de escuridão!
esse tipo de texto não verão aqui com freqüência (e viva o trema!).
As palavras serão rápidas, prometo.
Há um mês começamos esse projeto com apenas duas pessoas. Mas tínhamos a esperança que pudéssemos seduzir outros a escrever conosco. No segundo dia mais 3 pessoas já se juntaram a nós, e dia após dia hoje já somos 18 autores, num total de 70 postagens, e quase 700 visitas (até ontem!).
Esse espaço nos fascina pela possibilidade quase infinita de invenções e percepções. Me lembro quando vibrei quando o Henrique compôs uma música pra nós, quando fez o primeiro video com Hanny, ou quando Iris (nossa maravilhosa autora compulsiva!) postou suas tirinhas. Que esse espaço continue inspirando as pessoas a pintar como a Lua, e que continue nos surpreendendo!
Nossa ambição é que tenhamos mais e mais autores, que se aventurem nas palavras e além. A escuridão está aberta a todos.
Alguém aí ainda tem medo do escuro?
LXX
Todos diziam que no dia em que a Escuridão tomou conta do universo, a luz
tinha se apagado depressa, como se tivesse sido roubada.
Ela jurava de pés juntos que não, que a luz tinha se apagado lentamente no
horizonte, até que a escuridão tomasse conta de tudo.
Até na escuridão identificamos os poetas.
por luana pinheiro
LXIX
LXVIII
domingo, 22 de agosto de 2010
LXVII
sexta-feira, 20 de agosto de 2010
LXVI
LXV
LXIII
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
LVI
LV
LXVII
terça-feira, 17 de agosto de 2010
LIV
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
LIII
domingo, 15 de agosto de 2010
LII
LI
quinta-feira, 12 de agosto de 2010
L
quarta-feira, 11 de agosto de 2010
XLIX
terça-feira, 10 de agosto de 2010
XLVIII
- Calma, Alfredinho. Você ainda tem que chupar um pouquinho mais aqui.
XLVII
segunda-feira, 9 de agosto de 2010
XLVI
- Pronto. Agora vem aqui, vem.
Os sorrisos dele não se viam.
E ela gozou pela primeira vez.
XLV
Apagou-se todas as luzes imagináveis do universo: luz solar, luz elétrica, luz....
E João só conseguia pensar: - Poxa Deus, isso tinha que acontecer no dia da minha
festa?
XLIV
sexta-feira, 6 de agosto de 2010
XLIII
expressão comumente usada.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
XLII
- E agora vai saindo, saindo e líquido, saindo e gargalhante, saindo travisseirístico e peludo. E vira, vira na igreja, vira na caixinha de fósforos, vira na virilha, vira na intenção, vira a noite, vira de costas. Agora está parada, parada de metrô, parada de grafar braille, parada de atropelamento, parada de catalepsia, parada gay. Enfim morre, no dinheiro, de paixão, morre na primeira marcha, morre o assunto, morre de vontade. E tudo sobe, vai subindo e se espalhando, fofocas em prédios, flatos, fogos, fim de tempestade, pipoca, petróleo no fundo do mar, homem-bomba.
Continuam calados e seguem para outra sala do museu.
XLI
você é a resistência!
XL
-Quem são eles papai? - sussurrou.
- Como eles se chamam papai?
XXXIX
Mas ao acordar em meio à escuridão absoluta, senti cheiro de tabaco, ela estava lá como sempre, tão aromal a beira da cama, eu podia sentir a pele enrugada da sua mão e ouvir sua voz mansa a dizer...
-Acorda, acorda foi só um pesadelo.
XXXVIII
No dia em que tudo ficou escuro, ele estava de short curto e sem blusa. Corria solto tentando encontrar a árvore perfeita. Quando gritou Mãe, a luz se foi. De dentro de seu peito, a palavra repetiu-se desesperadamente. E junto com ela, uma sensação de que precisava correr. A pele cortou-se entre os galhos que o seguravam, o short molhou-se com o orvalho que pingou das folhas. Miguel gritou até ficar rouco. E pela primeira vez, em nove anos de existência, sua mãe não respondeu.
terça-feira, 3 de agosto de 2010
XXXVII
XXXVI
"Pelo menos não estou capado," pensou.
E procedeu para a segunda masturbação do dia.
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
XXXV
NOVATO PIMENTA
são vozes de edições de gravadoras, de produto musical, não acha? Essas cantoras Pop.
TEREZA ASSIS
não acho
NOVATO PIMENTA
são uquê?
TEREZA ASSIS
acho que são vozes alienígenas gravadas na Rússia e que se reproduzem sobre pixiels
NOVATO PIMENTA
nossa
TEREZA ASSIS
tá na cara que é isso
tão óbvio
XXXIV
muitos morreram de fome.
outros morreram de medo.
pensaram ser o fim dos tempos. profetas do apocalipse gritavam nas ruas, pregando o suicídio. mas eles próprios não o fariam.
foi alguns dias depois que silenciosamente os agricultores perceberam que as plantas não deixaram de crescer.
cientistas tatearam teorias, e por fim aceitaram que de alguma forma os vegetais conseguiam sobreviver.
o sol ainda era quente, e provia o nutriente invisível para que pudessem continuar sua fotossíntese, que deveria ser rebatizada agora.
houveram sim extinções de muitos animais, mas depois de alguns anos o equilíbrio voltou a reinar.
a vida continuaria.
XXXIII
XXXII
Quando a luz acabou, naturalmente os cegos dominaram o mundo. Já estavam acostumados com a escuridão, e bem melhor adaptados. Havia alguns cegos honestos e bons, e outros pilantras. Todo mundo aprendeu a ler e escrever Braille. De resto o mundo não mudou porra nenhuma, porque as pessoas continuaram iguais.
por iris yan
XXXI
"Papai, e como era o mundo quando havia luz?"
"Ah meu filho… o mundo era tão colorido… havia cores diferentes… minha cor favorita era o amarelo."
"O que são cores?"
"As cores são como sons, mas diferentes… você não percebe que existem sons graves, sons agudos, sons leves, sons bonitos, sons feios?"
"Sim, meu som favorito é o da televisão quando ela é ligada ou desligada."
"Então, as cores também eram como os sons, havia uma infinidade delas. É um outro sentido que tínhamos, não sei como explicar. Quando você nasceu já tinha acabado no mundo."
"Uau, que legal! Deve ter sido a melhor coisa do mundo, poder ver cores!"
"Sim, eu também achava que sim… mas segundo seu avô, não."
"O vovô? Por que ele não concorda?"
"Porque o vovô acha que quando acabou a luz, não foi tão horrível quanto quando acabou o metaformolol."
"Metaformolol? O que é isso?"
"Também não sei. Quando eu nasci, já não existia mais. O vovô tentou me explicar mas eu não entendi direito. Você vai ter de perguntar para ele."
por iris yan
XXX
XXIX
"Mas você é ladrão, Zé, não devia ficar feliz que a luz acabou?"
"Sim… mas agora ficou fácil demais… Eu sou um profissional… qual a graça de roubar alguém nestas condições?"
XXVIII
O seu Juca, que já era cego e amargo, amou saber que todos agora estavam na mesma condição que ele. Depois ficou meio preocupado em saber como é que a enfermeira continuaria cuidando dele se ela não ia conseguir diferenciar os seus remédios, mas até ele se dar conta disso já era o terceiro dia de escuridão. Ficou feliz por exatas 56 horas.
A Mariana, que não se sentia mais acanhada e não precisava mais se preocupar em apagar a luz do quarto enquanto transava com Fernando. Por algum motivo, Mariana achou que podia gritar mais alto durante o ato sexual, até Fernando a lembrar de que o fato de não haver luz no mundo não significava que o som não continuava se propagando.
O Fernando, que deu graças a Deus de finalmente poder comer a Mariana de frente, e não ter de colocar um travesseiro cobrindo o seu rosto, pois julgava-a feia e isso o brochava. De corpo ela até que era gostosa e bastava.
domingo, 1 de agosto de 2010
XXVII
XXVI
penumbra.
uma luz fraca ao fundo deixava que se visse apenas o contorno do corpo dela, por cima do dele.
dois corpos na cama.
lado a lado, conversaram sobre tempos antigos, sobre lembranças e saudades.
quando ela perguntou seu nome, ele só sorriu.
dois corpos na cama.
fecharam os olhos.
dormiram.
e não houve mais luz.