Sete de setembro.
A voz do presidente soava potente nos alto-falantes, pras pessoas acreditarem que ele estava lá.
- Graças à nossa política de incentivo à pesquisa alcançamos o primeiro lugar em produção de inteligência escura. Em Viçosa foi desenvolvido o atual sistema de agricultura escura adotado pelas sete principais economias da América Latina. A USP realizou o primeiro transplante de órgãos, onde hoje já alcançamos mais de cem mil cirurgias escuras apenas no sudeste - .
Eu não aguentava mais, fechei a janela do apartamento e fui me vestir.
- Graças à nossa política de incentivo à pesquisa alcançamos o primeiro lugar em produção de inteligência escura. Em Viçosa foi desenvolvido o atual sistema de agricultura escura adotado pelas sete principais economias da América Latina. A USP realizou o primeiro transplante de órgãos, onde hoje já alcançamos mais de cem mil cirurgias escuras apenas no sudeste - .
Eu não aguentava mais, fechei a janela do apartamento e fui me vestir.
Na atual conjuntura do país, eu demorava a acreditar que ele estava falando de inteligência, agricultura e cirurgias. Lembrei de uma frase que ouvia sempre da minha bisavó:
- Meu filho, quando havia luz, eles eram exatamente assim. Não mudou nada. Mesmo no escuro eles continuam os mesmos. Político é político com ou sem luz.
Acabei de me vestir e fui contando os passos até o elevador.
Depois dos de sempre, 32 passos, cheguei ao elevador! Desci os 4 andares pensando "como seria enxergar com os olhos?" isso sempre me parece muito estranho. Enfim, mudei de idéia fui até onde estava o nosso mais competente presidente, sua voz firme e que expressava confiança, dominava o local! Do meio da escuridão e do silêncio uma voz surge em tom de grito fazendo uma pergunta "Senhor presidente? Senhor Presidente me dê a palavra..?..Senhor..." Sem sucesso, desisti da pergunta e de ser um cidadão "atuante". Dois anos depois descobrimos que naquele Sete de Setembro, aquele bonito discurso do presidente não se passava de uma gravação! Foi a maior crise da escuridão até hoje.
por henrique de sá, luana pinheiro, mazé mixo e veruska thaylla
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