domingo, 18 de setembro de 2011

CXXVI


Os gritos ecoavam, carregados de horror, não precisava de luz para saber que a feição de todos ali se configuravam em medo, perdição.
O Vale da Dor, era assim chamado aquele lugar..Onde outrora era uma praça movimentada..Hoje era situada pelos fantasmas daqueles que foram felizes, todos pareciam se encontrar em lamento.  Trombadas, quedas e gritos, era rotina.
Como pode uma escuridão parecer mais escura do que a outra ? Talvez quando a escuridão já está dentro de nós, eis então a maior escuridão, a que apaga a luz da esperança e substitui pela  fumaça da dor.
Naquele lugar as pessoas eram assim, as pessoas do tal Vale da Dor.”

por lucas lopes corrêa

terça-feira, 13 de setembro de 2011

CXXV

Ali Madê estava sentada
Vendo a vida passar
O céu azul e a luz entrar pela fenda na janela
Já havia ouvido música
Viu as cores do tapete, tons felpudos
E das velas na mesa, como derretiam
Ela não notou a textura da almofada
- Assim é ver com os olhos - pensou.
A sua beleza no espelho era crua, dessas nunca tocadas.
Madê assistia ao mundo com os olhos nus de qualquer escuridão
No duo em escuro e claro, acordou num bocejo
E ninguém viu, obviamente.
por renan milezi